Secretaria de Estado da Saúde divulga nota técnica e realiza capacitações sobre a doença que chegou ao Brasil em junho. Goiás tem seis casos suspeitos em investigação
Doença conhecida como varíola dos macacos teve ocorrência registrada na Europa em maio deste ano e chegou ao Brasil em junho. Goiás tem seis casos suspeitos em investigação.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgou nota técnica e realizou capacitações dirigidas a profissionais de saúde, da rede pública e privada, para orientar quanto à operacionalização de medidas de proteção e controle da transmissão da Monkeypox, doença conhecida como varíola dos macacos.
Por meio da Nota Técnica N.º 12, especificam-se os sintomas, formas de transmissão, definição de casos e as medidas que devem ser adotadas diante de casos suspeitos, prováveis e confirmados de Monkeypox no Estado.
A doença é uma forma de varíola, detectada primeiro no Reino Unido, cuja transmissão pode ocorrer por meio do contato pessoa – pessoa, ou ainda com material corporal humano contaminado com o vírus. É importante reforçar que os macacos são vítimas da doença assim como os humanos. O cenário epidemiológico da Monkeypox é dinâmico, com atualizações periódicas por parte da equipe que compõe a Sala de Situação do Ministério da Saúde.
O Brasil registra, até esta quinta-feira (07/07), 142 casos confirmados. Goiás segue investigando seis casos suspeitos. Os dados são publicados a partir das notificações realizadas pelos serviços de saúde no país, através do RedCap e as análises podem ser acessadas através do link: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svs/resposta-a-emergencias/sala-de-situacao-desaude/sala-de-situacao-de-Monkeypox/atualizacao-dos-casos-no-brasil.
O Estado de Goiás também apresenta as informações epidemiológicas a respeito do agravo utilizando o campo destinado aos Informes através do link https://www.saude.go.gov.br/boletins-informes
Capacitação
Já foram realizadas duas capacitações dirigidas a profissionais de saúde da rede pública e privada. O objetivo é repassar as informações adequadas sobre o manejo clínico em diagnóstico e conduta terapêutica, reforçando sobre os medicamentos necessários no tratamento.
O primeiro treinamento, realizado em 20 de junho, envolveu 88 profissionais em um seminário. No dia 28 de junho, em outra atividade, foram capacitados 147 profissionais de 54 municípios. As capacitações são realizadas de forma on-line e serão disponibilizadas no site da SES-GO para a atualização permanente de qualquer profissional de saúde do estado. A SES-GO dispõe de grupo técnico especializado e conta com plantão 24 horas, sete dias por semana, destinado a apoiar os profissionais de saúde e municípios na investigação e monitoramento dos casos de Monkeypox no Estado.
Como prevenir
Entre humanos, a transmissão da varíola dos macacos ocorre por contato com fluidos corporais, lesões na pele ou em mucosas, como boca ou garganta, gotículas respiratórias durante contato pessoal prolongado e por meio de objetos contaminados. A transmissão por gotículas respiratórias geralmente requer contato pessoal prolongado, o que coloca os profissionais de saúde, membros da família e outros contatos próximos de pessoas infectadas em maior risco.
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nas costas, dor muscular, calafrios e exaustão. A varíola dos macacos é geralmente uma doença autolimitada com sintomas que duram de duas a quatro semanas, denotada pelo surgimento de lesões na pele. O período de transmissão da doença se encerra quando as crostas das lesões desaparecem. O período de incubação é de seis a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
Por ser transmissível, a doença exige cuidados para a identificação dos pacientes, o isolamento, a notificação dos casos, a realização de testes laboratoriais e o monitoramento dos contatos. O tratamento é baseado em medidas de suporte com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.
Casos Graves
Os casos graves ocorrem mais comumente entre crianças e estão relacionados à extensão da exposição ao vírus, estado de saúde do paciente e natureza das complicações. As deficiências imunológicas subjacentes podem levar a resultados piores.
As complicações podem incluir infecções secundárias, broncopneumonia, sepse, encefalite e infecção da córnea com consequente perda de visão. Historicamente, a taxa de letalidade variou entre 0 e 11% na população em geral e tem sido maior entre crianças. Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade foi de cerca de 3%.
Confira aqui a Nota Técnica Nº 12 na íntegra.
Texto: Iara Lourenço da Comunicação Setorial
Foto: EBC